Não fazia muito tempo e Astolfo quase havia conseguido ser promovido. Se aquele pneu não tivesse furado no dia da reunião com o melhor cliente da empresa, se aquele maldito cafezinho não tivesse caído no seu terno e se o cliente pudesse ter esperado, apenas, mais meia horinha …
Mas agora era diferente. Ele sabia que estava quase lá, quase, faltava pouco. Na verdade já poderia estar, se não fosse, novamente, pelo seu carro velho que resolveu dar problemas, novamente. Ele pensava: “Se eu pudesse ter um carro novo !”
Tudo bem, Astolfo era um cara persistente, apesar de lamentar que, se aquela multinacional, há 15 anos, tivesse lhe contratado, tudo seria diferente. Quase que ele tinha conseguido.
Astolfo sabia que era hora de olhar pra frente. Ele sabia que podia conseguir se ninguém o atrapalhar, se fizer as escolhas corretas, se não deixar se envenenar por qualquer colega, se as preocupações com o dinheiro não o atormentarem, se o carro não der problema, se não cair um temporal, se o sol não estiver muito quente, se o mercado não esfriar, se o concorrente não atrapalhar seus planos, se o mosquito da dengue não o picar, se …
Se e Quase. Palavras que deveriam ser banidas do vocabulário, ao menos na hora de analisar os nossos planos, sonhos, erros e fracassos. Se temos um sonho, com o “se” podemos concretizá-lo, ir mais longe, ganhar o mundo, mas continuará sendo sonho. Precisamos agir e fazê-lo com consciência, com um mínimo de planejamento pois, caso contrário, teremos vários “quase” até conseguirmos chegar lá, se é que chegaremos.
Muitas vezes não conseguimos seguir em frente pois os “se” da nossa vida ficam nos atormentando. O passado tem serventia como aprendizado, jamais como desculpa. Como dizia Taiguara: “Que o passado abra o presente para o futuro, que não dormiu e preparou o amanhecer.”
Sempre que pensar em um “se” ou um “quase”, como desculpa, ignore-o solenemente. A mentalidade do “quase” deixa graves sequelas. É o aguilhão do fracasso. A mente fica poluída com o “quase” e acabamos por plasmar a realidade: o “quase” acontece novamente.
E não é que o Astolfo conseguiu. Conseguiu fechar o contrato com o cliente e quase conseguiu a promoção, se a empresa não tivesse contratado um novo funcionário para ser o supervisor da equipe.
A própria empresa achou que Astolfo iria quase conseguir.
Seu conto é como um ensinamento ou um alarme para os que vivem reclamando ou deixando que os obstáculos criem uma negatividade ou uma mensagem negativa para o cérebro.
É sempre bom ler um conto como este de incentivo e que nos faça refletir.
Já meus contos também sempre trazem uma mensagem, mas não necessariamente de empreendorismo. São coisas que surgem em minha imaginação e correm para o papel.
Gostei muito da leitura!
Abraços
Rose de Castro
Obrigado, Rose, pela visita.
Você está certa. Temos que, sempre, tocar pra frente.
Abraços
Bom dia
Primeiramente, parabéns pelo texto.
São leituras assim que me motivam a continuar, e se tudo der certo, quase tenho certeza que não há dúvidas;
Enfim, estou mudando de vida, saindo do mundo corporativo para um mundo que dependerá ainda mais de mim mesmo. Também publiquei um livro ano passado, tudo por conta própria, agora vou em busca de uma editora, e força para publica minhas 47 histórias.
DIONES
Oi Diones,
Escrever é muito prazeroso; vender é o que é difícil. Mas continuamos. ?
Abraços