De pés juntos, ele jura que o Presidente Jânio Quadros disse essa frase. Quem jura? Napoleão Pataca. Diz até que estava presente no momento.
De minha parte não digo que sim e nem que não. Fico de fora nessa.
Mas essa conversa aconteceu porque perguntei se ele, Napoleão, sabia o que é “ressomação”. Você sabe? Peguei você! E não adianta chamar o Aurélio ou o Aulete, porque eles também não sabem.
De início achei que fosse um novo método de ensinar matemática. Algo como fazer a soma 2 vezes para comprovar que o resultado está certo, ou errado. Não era.
Especulando mais, já que ninguém sabia o significado, arranquei fora o prefixo e fui atrás da “somação”. Achei! Fiquei contente, mas por pouco tempo.
“Variação morfológica não hereditária; modificação somática”, é a definição do Aurélio. – OK! Modificação do corpo! Mas por que, diabos, tem o “re”? Resolvi deixar esse imbróglio para o pessoal da etimologia.
Agora – eu, pelo menos, só soube agora – o pessoal verde inventou um modo ecológico de “descansar” o defunto. A ressomação.
Simplificando, o sujeito vira líquido. E se passar por um processo de purificação dá até pra bebê-lo.
Bem, era sólido, depois virou pó e depois virou líquido. Só falta o gasoso, que o Napoleão já disse que vai patentear com o nome de “gás harmonioso”. Portanto, quem já pensou nisso, trate de correr, pois ele já está trabalhando no invento e, diz, só falta pressurizar o vapor numa embalagem, para que a família possa guardar de recordação.
Já sei, está pensando que é gozação minha. Não é não! Entra no Google e digita: ressomação. Viu? Eu falei, não falei?
Imagino o ministro encomendando o corpo. “Terra à terra, cinza às cinzas, pó ao pó e porque não dizê-lo, também, água à água”.
Não tenho nada contra virar líquido. Ao contrário, parece ser natural, pois dizem os que conhecem, que somos compostos de 73%, um pouco mais um pouco menos, de água. Assim, imagino ser mais fácil a transformação em líquido do que em pó.
Se o corpo de um adulto carrega 45l de água, quanto será que vão devolver aos entes do extinto – nunca um sinônimo se aplicou tão bem?
Sim, porque vai ficar estranho se entregarem apenas uma garrafinha.
– Amigo, cadê o resto da minha tia?
– Só deu isso aí.
– Pode parar! Tá guardando pro banho ou pra beber?
Por enquanto eu não escolho nada. Nem pó, nem líquido e muito menos o tradicional. Napoleão já disse que assim que patentear o invento dele, faz questão que eu seja seu cliente.
Cruz-credo!