Napoleão Pataca chegou eufórico.
– Mulher! Venha ver o quadro que eu comprei!
– Napoleão, meu filho, você foi gastar dinheiro!!??
– Veja, não é uma beleza?
A mulher olhou de lado, de cima, atrás, virou a obra de cabeça pra baixo, e soltou a bomba.
– Que droga de quadro é esse?
Duas garrafas de cerveja? E vazias?
– É a última moda. Estão até fazendo uma amostra em Madri.
– Amostra não! Mostra! Mostra, Napoleão!
Triste, ele me contou que teve que devolver o quadro.
Mas a cerveja já deveria ter status de obra de arte ou pelo menos, ser considerada de utilidade pública. Algumas louras, muito menos importantes, – nem cogito se deveriam ser consideradas de utilidade pública – já foram consideradas arte em diversos segmentos.
A cerveja é uma grande companheira. Não é pra você? Pois pra mim, ainda que não seja a amiga de todas as horas, temos um encontro semanal!
Fico imaginando o que Leonardo Da Vinci teria pintado com esse tema. A Cerva Lisa; uma mona louríssima com um sorriso meio safado. Michelangelo faria o seu Davi segurando uma tulipa com um colarinho de fazer inveja. O nosso Portinari, na tela “O Morro”, teria, com certeza, destacado uma birosca com um grupo de pagode cervejando e a mesa abarrotada de latas e garrafas.
Acabei de atender o telefone e era o Napoleão, perguntando se deveria comprar uma pintura de uma loura depravada. Desaconselhei-o, é claro.
Nessa mostra em Madri, parece que alguns artistas usaram o tema – cerveja – em obras abstratas. Vamos parar de brincadeira! Já existem diversas pinturas, famosíssimas, que poderiam fazer parte da exposição. Ainda que nessas obras não se consiga visualizar uma cerveja – nem qualquer outra coisa –, a abstração é tanta que certamente o autor deveria estar de porre.
Sendo essa mostra no Brasil e já teríamos a Bienal da Cerveja, Beer Week ou outro nome pomposo. Claro, um evento fechadíssimo e patrocinado por marcas nacionais e importadas. Fosse um evento aberto e não sobraria uma tela para contar história, alem do tumulto na entrada do evento. “Oba! Cerveja de graça!”
O Napoleão, feliz da vida e sempre querendo estar na onda, acabou comprando um abajur – a única “obra” que a esposa permitiu –, feito com uma garrafa de cerveja, dessas chiques, e colocou-o na mesinha da sala de estar. Ele jura que a garrafa é original.
Já avisei pra tomar cuidado! Tem muito falsificador de “obra de arte”, espalhado por aí, ainda mais se tratando de cerveja. Tem gente levando “oxigenada” por “loura”.
Meru amigo, você sempre me surpreende… um tema tão curriqueiro e lá vem umaronica que alem de engraça tem boa informações.
Parabens Silio… sucesso sempre para vc,
Abraços
Inês B.Teixeira