Eles atacam novamente

Ultimamente tenho andado com muito medo de sair à rua por não saber o que posso encontrar.

Há poucos meses, parado num sinal de trânsito, já tarde da noite, fui abordado por um cara com a gola do sobretudo surrado, levantada – no melhor estilo Humphrey Bogart em Casablanca.

Levei um susto com as três batidinhas no vidro do carro. Fiquei sem ação e, na frente, ainda tinha um outro carro me impedindo de sair “cantando os pneus”. Tremendo, tentei conversar com gestos pra não ter que abrir o vidro.

O sujeito se aproximou e eu vi, juro que vi! Aquela cara branca, os olhos fundos… O sinal abriu e eu saí em disparada.

Com certeza era algum pedinte faminto e com frio. Mas a culpa é dessa literatura da moda. Essa literatura vampiresca que, afinal, somos “obrigados” a ler para opinar. Não faço parte do “não li e não gostei”.

Eu mesmo, acreditem, tentei pegar uma carona no tema, mas empaquei na máxima do Chico Anysio: “Vampiro brasileiro…” Imaginem um escritor, brasileiro, contando história de vampiro brasileiro. Não podia prestar!

Há pouco chegou mais um, para juntar-se à coleção já existente!

Nesse, a escola – sempre tem uma escola nesses textos de terror! Lembram-se de “Carrie, a Estranha”? – onde a história é ambientada, já entrega o gênero da literatura. Vejam o nome: “Escola Noite Eterna”. Cruz credo!

É livro, é filme, é série de TV. Mais um pouco e vira marca de pasta dental. “Se você fica com os dentes avermelhados quando se alimenta, use o dentifrício Vamp. Nove entre dez dentistas recomendam e é aprovada pela Associação dos Vampiros Brasileiros.”

Assemelhados, como imortais, vampiros maus, lobisomens e Cia., já povoam as páginas de livros, telinhas e telonas há tempos, mas “nunca antes” houve uma quantidade tão grande de vampiros “gente boa”. Sinal dos tempos! Será que é coisa do Partido dos Tinhosos?

Quem anda empolgado com tudo isso é o Napoleão Pataca, que está com passagem comprada para a Transilvânia em uma busca frenética pelo pai dos vampiros: O Conde Drácula! Ele quer ser convertido pelo “big boss”.

Acontece que Napoleão tem um sério problema nessa jornada. A dentadura! A dele, claro! Bem feito, quem mandou colocar a dita cuja só pra dar uma forcinha ao Plano Real. Vai ter que fazer um implante dos caninos.

Já ouvi falar que o pessoal cansou dos “dentuços” e a história, agora, é outra. Os anjos entram em cena! Não faz muito tempo e algumas histórias – acho que no cinema e não sei se baseado em algum livro – de anjos que viraram humanos, circularam por aí.

E esse ano, no Brasil, está bom pra turma que gosta de sangue. Vamos fechar com o grande embate entre Serra e Dilma. Talvez lancem até um novo livro de terror. Terror do povo, é lógico!

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