Neuroses

“Hummmm! Que vontade de fazer xixi. Mas o relógio já vai despertar, eu acho. Será que eu fechei o carro ontem à noite? Mas não posso esquecer a reunião com o fulano. Hiiii! Tenho que preparar o material. A apresentação ainda está no meio e a palestra é depois de amanhã! Mas que vontade de fazer xixi! Trimmmmmmmmmmmmmmm”

Mais um dia! É assim pra você? Pra mim, já foi. Ah! Vamos falar sério! Ainda é! Só que agora eu consigo interromper esses pensamentos desvairados, que quase sempre são sobre meus personagens.

Neuroses, neuróticos, neurastênicos ou o nome que queiramos dar. Todos significam que estamos meio mortos — como deve ser um “meio morto”? — pra vida. Estamos sempre no passado ou no futuro, raramente no presente.

É horrível sair pra dançar com seu(sua) parceiro(a) e ficar preocupado com o dia que passou ou com o que virá; beber um vinho, uma cerveja, aguardente ou café e não saboreá-lo. Não viver o presente é estar mais morto do que vivo.

Eu, particularmente, tenho 3 opções:

Sabem a brincadeira do papel, pedra e tesoura? É a mesma coisa!

O lado pessoal engole o profissional, o profissional engole o pessoal ou, num belo acordo com os botões — aqueles com os quais conversamos, as vezes —, levamos um pouco do profissional para o pessoal e vice-versa.

Não, não é nada fácil. De repente você está, por qualquer motivo, num “estado pessoal”, na sala da sua chefe, e solta: “Mas meu amor, você não acha melhor que a reunião…”

Pronto, a confusão estará arrumada. Principalmente se seu chefe ou sua chefe tiver algum interesse em você.

Pelo outro lado, você cisma de fazer uma reunião em família, com registro em ata, para decidir qual será a ordem de entrada no banheiro. E quando alguém fura o acordo, você ainda diz: Está na Ata, está na Ata!!!!!!!

Mas dizem que com a vida que a gente leva, é assim mesmo. Mas olhando pelo outro canto da sala, a vida que a gente leva, levamos porque queremos. E não tem conversa de autoajuda. Ou você doma sua vida ou…

Daqui eu escuto vozes, que murmuram em sons distintos: “Esse cara não sabe o que fala.”; “É isso mesmo que acontece.”; “Papinho de autoajuda.”

E eu não posso discordar, totalmente, de ninguém. É mole!

Afinal, quando escrevemos, o fazemos para nós também. De nada adiantaria escrever uma crônica ou palestrar sobre algo que não concordo. Eu também preciso aprender com o que escrevo. Não deixa de ser uma auto ajuda.

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