Bem, eu sou um sujeito bicão. As áreas onde mais me intrometo são: a cozinha, a invenção e o desenho. Termino levando o que percebo nessas áreas, onde me intrometo, para a literatura.
Estou lendo o livro de Alex Atala e Carlos Alberto Dória, “Com unhas, dentes & cuca”. Em certo ponto do livro, eles falam sobre a necessidade de “sacudir” o paladar — acredito que se vicie com certa facilidade —, através da “justaposição de qualidades opostas, como seco/úmido, quente/frio, cru/cozido”.
Então, fiquei pensando…
Será que na literatura isso funciona também? Será que a nossa mente se cansa quando lemos (escrevemos) as linhas narrativas de um romance num único estilo? Como funcionaria, num livro de suspense, uma linha narrativa secundária — também conhecida como underplot — onde o estilo dessa linha tivesse um viés de humor?
Esses pensamentos tomaram boa parte da minha segunda-feira, à ponto de não conseguir escrever uma linha do livro ou do roteiro.
Em filmes já vi esses contrastes e, que me lembre, em algum livro também. Todavia, não tenho recordações de perceber que foi proposital, i.e., o autor o fez deliberadamente.
Se quiserem discorrer sobre o assunto ou apresentar algum estudo ou pesquisa, será ótimo.