por Silvio T Corrêa
Noite infernal! Ideias que não paravam de pipocar enquanto a mão tremia em cima do papel, rabiscando e rabiscando.
Parece exagero, mas não foi. Que respondam por mim as minhas costas doídas da posição curvada na cama e os meus olhos vermelhos, que tentavam enxergar com a iluminação de uma porcaria de um led azul. Levantar? Sim, eu poderia, mas sei lá por que não o fiz.
Autores de livros têm um grande problema: a divulgação. Todos pecam nesse item. Para os autores olimpianos ou para quem a mídia elegeu como tal, não existe esse problema, mas o restante dos mortais escritores sofre com isso.
Mas voltando à minha última noite, o sol fraco da manhã trouxe claridade e uma ideia, surgida do “estado da arte” da divulgação. Apelar! Apelar sem dó na divulgação.
Imaginei o meu livro “O Casamento do Saci-Pererê” sendo divulgado por um belo Saci e uma linda Saci, ambos seminus, em uma clareira da floresta. Sei que o grande problema é que eu deveria mudar o gênero de infantil para adulto. Mas ora bolas. Não vale tudo?
Pensem nas campanhas que poderiam ser feitas para o livro “A verdadeira História do Barão de Montreaux e Suas Pérolas”, com uma bela mulher, apenas com um avental, fazendo pérolas de queijo enquanto é observada por um homem.
Se for para baixar o nível, então vale qualquer coisa.
Modelos de lingerie, em posições “insinuantes”, ensinando mandarim; homens de peitos nus ensinando inglês; são exemplos de degradação, da apelação pura. E nós que reclamávamos da pornô-chanchada, que tinha o sexo, mais ou menos explícito, como único “enredo” da fita?
Ou será que alunos e alunas estão nesses cursos para aprender inglês ou mandarim?